Buracos negros ‘fantasmas’ na Via Láctea representam perigo para nós? Se a última simulação feita por cientistas sobre a fusão de buracos negros estiver correta, podem existir centenas de buracos negros pesando centenas de milhares de vezes a massa do Sol, vagando ao redor da nossa galáxia. “Buracos negros errantes como estes seria muito difícil de detectarâ€, comenta a astrônoma Kelly Holley-Bockelmann da Universidade Vanderbilt, no Tennessee, EUA. “A menos que eles engulam uma grande quantidade de gás, a única maneira de detectá-los quando estiverem se aproximando seria observar a imensa força gravitacional que ele causaria na luz de suas proximidades. Isso produz um efeito chamado de lente gravitacional, que faria as estrelas de fundo aparecer e iluminar momentaneamenteâ€, comentou Holley-Bockelmann. As investigações estão centradas em buracos negros de “massa intermediáriaâ€, cuja existência foi posta em dúvida por alguns astrônomos até pouco tempo. Até agora, apenas buracos negros de tamanho médio foram confirmados. Há três anos o telescópio da Agência Espacial Europeia, o XMN-Newton, descobriu um buraco negro na borda da Via Láctea, distando 290 milhões de anos-luz da Terra. Os pesquisadores analisaram o que acontece quando buracos negros desse tamanho se fundem com outros buracos negros, usando a teoria da relatividade de Einstein. A maior surpresa é a previsão de que quão dois buracos negros que giram em velocidades diferentes ou de tamanhos diferentes se fundem, o buraco negro recém-formado recebe um “grande chute†devido à conservação do momento, empurrando-o para longe, em direção arbitrária em velocidades incrivelmente altas, aproximadamente 4.000 km por segundo. “Isso é muito mais elevado do que qualquer outro modelo previa. Mesmo se a velocidade de ‘chute’ fosse de 200 km por segundo, já seria extremamente alta comparada com a velocidade de escape de típicos objetos astronômicosâ€, comentou Holley-Bockelmann. Usando as instalações do Centro Avançado Vanderbilt para Pesquisa em Computação e Educação, a equipe de Holley-Bockelmann realizou uma séria de simulações do crescimento intermediário de buracos negros e como eles interagiriam com outros buracos negros, analisando cuidadosamente o impulso que cada união daria. “Nós usamos diferentes hipóteses para a massa do buraco negro inicial, para o intervalo de massas estelares dentro de aglomerados globulares e assumimos a possibilidade que os spins foram distribuídos aleatoriamenteâ€, comenta. “Com os nossos pressupostos mais conversadores, descobrimos que, mesmo se cada aglomerado globular tiver um buraco negro de tamanho intermediário, apenas 30% irá retê-los após a fusão. Com nossas suposições menos conversadoras, menos de 2% dos aglomerados globulares devem conter buracos negros de massa intermediária hojeâ€, ressalta. Se os 200 aglomerados globulares que existem na Via Láctea possuir buracos negros, isso significa que centenas deles estão vagando de modo invisível em torno da nossa galáxia, esperando a oportunidade para engolir nebulosas, estrelas, planetas de quem tiver a infelicidade de estar no seu caminho. Felizmente, a existência de alguns buracos negros errantes na vizinhança não apresenta um grande perigo. “Estes buracos negros solitários são extremamente improváveisâ€, comenta Holley-Bockelmann. “Sua zona de perigo, chamado de Raio de Schwarschild, é realmente pequeno, apenas algumas centenas de milhares de quilômetros. Há coisas muito mais perigosas na nossa vizinhança!â€, salientou. Os dois buracos negros já descobertos são quase 10 bilhões de vezes o tamanho do Sol. Eles são tão grandes que todo o Sistema Solar seria anões perto deles. |
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Buracos Negros fantasmas
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